sábado, 15 de maio de 2010

Viver a Vida: Eu sobrevivi

Terminou na noite da última sexta-feira a pior produção da história da Rede Globo no âmbito de telenovelas – que ela é especialistas – Viver a Vida. Novela assinada por Manoel Carlos e que algumas pessoas acreditavam que seria a maior audiência desde Páginas da Vida, fecha o ciclo com a pior média da história das novelas das 8, um feito e tanto, que Manoel Carlos tirou de Aguinaldo Silva (por Suave Veneno).
As chamadas de antes da trama começar, chegaram a enganar alguns incautos que são fãs do trabalho do autor, mas não este blog. Na segunda-feira de estréia da novela, este espaço escreveu um texto cujo título definia minha expectativa para o folhetim: Vem aí, Viver o sono. Fui criticado, sites especializados e fãs árduos de Maneco não perderam a chance de criar diversos apelidos “carinhos” para o blog.
Hoje, 203 capítulos depois, acho que só restam a todos concordar que eu tinha razão. E não porque eu entendo mais do que outros, mas porque estava claro, desde Páginas da Vida que Manoel Carlos não tem mais condições de conduzir – ao menos não sozinho – uma história com tantos capítulos e que exige tantas histórias. O autor já foi muito bom e tem uma linda história como novelista, afinal, é dele sucessos como Laços de Família e Mulheres Apaixonadas. Porém, infelizmente, ele não compreendeu que não há mais criatividade, força física ou mental, não dá pra saber, para conduzir um folhetim. É tempo de aposentar-se e seus amigos já deviam ter dito isso.
Viver a Vida não teve apenas a pior audiência da história, foi a pior novela da história. Sem um enredo que chamasse a atenção do telespectador, sem nenhuma – repito nenhuma – situação dramatúrgica que justificasse uma história para a televisão, a trama tentou se sustentar apenas pelos diálogos, especialidade do autor, mas nem isso foi bom. Diálogos amarrados, modorrentos, sem nada de humor e fora de realidade marcaram todo o folhetim, de ponta a ponta. Como eu já disse em outro texto, sendo obrigado a definir o que foi Viver a Vida, a melhor categoria seria a estréia da antinovela, pois Maneco deu uma aula de como não se escrever um folhetim.
O que se pode dizer 203 capítulos depois dessa tortura, é justamente isso: Eu, e minha paixão por telenovelas, sobrevivemos a Viver a Vida.


Daniel César – TV x TV

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