sábado, 22 de maio de 2010

Riscos de greve são ameaça preocupante para a Copa

 Operários abandonam obras para a Copa 2010. Foto: AP
A notícia se repete todo dia nos jornais sul-africanos. Greves ameaçam prejudicar o transporte, telecomunicações e até no fornecimento de energia no país. Há três semanas, os trabalhadores de transportes de carga e passageiros fazem uma paralisação pedindo aumento do salário.
O fato tem atrapalhando obras importates como a construção de uma linha de trem entre o aeroporto de Johannesburgo e o bairro nobre de Sandton, região onde ficam a maior parte dos hotéis da cidade. O atraso na construção fez com que o cronograma seja montado para a inauguração acontecer no dia 6 de junho, cinco dias antes do Mundial, quando grande parte dos torcedores já estarão na África do Sul.
Há cerca de quatro dias foi a vez dos membros do setor de energia elétrica que deixaram em alerta toda a população local ao risco de um apagão em pleno Mundial. A última ameaça de grave e, possivelmente, uma das mais graves veio dos funcionários de telecomunicações.
Na última quinta-feira, os empregados da Telkon, principal empresa da área de telecomunicações da África do Sul, foram para porta do IBC (International Broadcast Centre), "nave-mãe" das emissoras com direito de transmissão do mundial, e ameaçaram com paralisações que podem prejudicar a difusão das imagens da Copa do Mundo para todo o mundo.
A poucos dias do Mundial fica claro que os trabalhadores estão insatisfeitos e pedem salários maiores. Ao questionar alguns desses empregados que trabalham nos últimos reparos no Soccer City, a reportagem do Terra conseguiu a informação de que a razão dos protestos é pelo fato de eles acharem que as empresas ganharam uma grande quantia do governo, mas ainda pagam módicas quantias para os seus funcionários.
Nesta sexta-feira, durante evento no próprio IBC, o secretário-geral da Fifa, Jeróme Vaulck, comentou o caso, mas mostrou tranquilidade sobre o assunto. "A greve é um direito dessas pessoas. Eu venho de um país (França) que em 1998 eles protestaram também, é uma coisa que você tem que saber lidar com isso. Quando a Copa do Mundo começar, acho que as pessoas vão se conscientizar para fazer desse evento um grande sucesso. Vão fazer de tudo para produzir e fazer com que esse evento seja incrível".
Apesar de transparecer tranquilidade, o chefe-executivo do Comitê Organizador da Copa do Mundo, Danny Jordaan, disse que essa é uma questão que tem que ser resolvida com urgência. "São coisas que sempre acontecem. O que é importante é tentarmos resolver assim que for possível, se comunicando com os grevistas para resolver o caso. Nesse fim de semana ou na próxima semana espero que tenhamos uma solução para o caso".
Jordaan afirmou que é preciso dar atenção especial aos pedidos dos trabalhadores para que a questão seja resolvida. "Todos os estádios foram completos e isso é por causa dos trabalhadores, que fizeram hora extra, se esforçaram do meio-dia a meia-noite, batalharam. Então, acreditamos no suporte dos trabalhadores nesse projeto nacional, mas também temos que respeitar suas condições de vida, para que eles tenham uma situação decente".

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